R$ 500 milhões de moedas estão em “cofrinhos”
Por Rosangela Martins
As moedas nem sempre fizeram parte do cenário econômico da sociedade. Antes delas o comércio era realizado pela troca direta de produtos, o escambo. As primeiras moedas oficialmente brasileiras foram cunhadas em Salvador, em 1695. Mas o dinheiro metálico anda sumindo do mercado, cerca de R$ 500 milhões de moedas estão guardadas em cofrinhos.
Foto: Rosangela Martins
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| Cofrinhos tiram moedas de circulação |
Ao longo da História, as moedas desenvolveram papel preponderante para o crescimento político e econômico do país, é o que defende o doutor em Economia pela Faculdade de Economia Administração e Contabilidade, José Carlos de Souza Santos. “As moedas metálicas elas tem uma função de geração de troco no comércio, nas operações de compra e venda de bens e serviços”.
Segundo o Banco Central, atualmente, o dinheiro metálico corresponde a 3,1% da moeda em poder da população e da rede bancária. São mais de 22 bilhões de unidades no mercado. Apesar do número expressivo, o comércio tem sentido a falta de moedas, sobretudo por conta dos famosos cofrinhos, como explica o gerente da rede varejista Casas Bahia, Hernani Costa. “A falta de troco que afeta o varejo brasileiro vem muito do comportamento do consumidor. Desde a sua infância aprende a guardar as moedas e o fato também da Casa da Moeda do Brasil emitir menos moeda no ano passado, devido ao custo da emissão dessas moedas. No varejo atrapalha na hora do troco, gerando a insatisfação do cliente.”
Para sanar a dificuldade criada pelo hábito de juntar moedas, o economista José Carlos alerta que os comércios acabam adotando medidas que nem sempre são eficazes. “Você não ter o troco necessário acaba impedindo o comércio de operar normalmente, e eles, para que tenham a fluidez, acabam gerando algum tipo de substituto, e começam a transformar como substituto balas, ou qualquer tipo de mercadoria de valor baixo”, enfatiza José Carlos.
Foto: Nathalie Marques
No entanto, a falta de moedas não é problema exclusivo dos comércios, de acordo com Eunice da Silva, operadora de caixa do Banco Itaú, até as agências bancárias já sentem o impacto dos cofrinhos. “Eu fico na dependência de pedir para os comércios. Eu peço no restaurante em que eu almoço para eles me darem algumas moedas para a gente trabalhar aqui. Às vezes, eu pego do meu cofrinho e trago. É uma dificuldade!”
Mas se juntar dinheiro metálico não gera lucro, por que tantas pessoas ainda mantêm as moedas presas? O que elas fazem com esse dinheiro? A resposta é surpreendente, porém os cofrinhos podem comprar coisas valiosíssimas. É o caso do pedreiro Alexandre Reis, que adquiriu um carro com essas moedas. “Custava R$ 14.500 o carro. Eu falei ‘será que eu tenho esse dinheiro nesse cofrinho? ’ Eu abri, quando eu comecei a contar, não parei mais de contar. Eu fui dormir era três horas da manhã, de tanto contar moeda. E não é que tinha o valor que eu queria. E ainda sobrou R$ 300. Juntar moeda faz sucesso!”.
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| Comércios oferecem brindes na troca de moedas |
No entanto, a falta de moedas não é problema exclusivo dos comércios, de acordo com Eunice da Silva, operadora de caixa do Banco Itaú, até as agências bancárias já sentem o impacto dos cofrinhos. “Eu fico na dependência de pedir para os comércios. Eu peço no restaurante em que eu almoço para eles me darem algumas moedas para a gente trabalhar aqui. Às vezes, eu pego do meu cofrinho e trago. É uma dificuldade!”
Mas se juntar dinheiro metálico não gera lucro, por que tantas pessoas ainda mantêm as moedas presas? O que elas fazem com esse dinheiro? A resposta é surpreendente, porém os cofrinhos podem comprar coisas valiosíssimas. É o caso do pedreiro Alexandre Reis, que adquiriu um carro com essas moedas. “Custava R$ 14.500 o carro. Eu falei ‘será que eu tenho esse dinheiro nesse cofrinho? ’ Eu abri, quando eu comecei a contar, não parei mais de contar. Eu fui dormir era três horas da manhã, de tanto contar moeda. E não é que tinha o valor que eu queria. E ainda sobrou R$ 300. Juntar moeda faz sucesso!”.





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